Natureza e lazer – Nas trilhas da inclusão
Na Lei Brasileira de Inclusão (LBI 13146/2015) a acessibilidade é definida como possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização com segurança e autonomia de espaços, mobiliários e outros, tanto na zona urbana como na rural.
Em alguns lugares, porém, como as áreas de preservação natural ou patrimônios históricos, não é possível mudar, reformar ou adaptar a estrutura do local.
Nestas situações, o acesso às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, deve dar-se de outra maneira.
Aqui, vamos apresentar uma atividade em meio à natureza, realizada por um profissional de Orientação e Mobilidade (OM) do nosso time, junto a um grupo de pessoas com deficiência visual. Analisaremos alguns fatores que favoreceram este passeio.

Orientação e Mobilidade saindo da “zona de segurança”
Acreditamos que, uma das primeiras coisas a serem consideradas é que todos os participantes passaram por um programa de Orientação e Mobilidade e, portanto, tinham maior segurança em sua mobilidade para encarar o desafio de uma trilha no meio da mata.
Outro fator importante é a segurança e a experiência do profissional que, com o apoio de outras pessoas videntes, se propôs a sair de sua “zona de segurança” e levar seus alunos e alunas para uma atividade de lazer junto à natureza.

Uma coisa que, normalmente, as pessoas não se dão conta é que o profissional de OM deve ter um excelente domínio do seu ambiente de trabalho.
Conhecer, em detalhes, os espaços internos e externos das instituições, dos Centros de Reabilitação e outros, é fundamental para avaliar, treinar e proporcionar as atividades de acordo com as condições físicas, emocionais e sociais das pessoas que atendem.

Por isso, é um desafio estar fora da nossa “zona de segurança” em um ambiente instável e com muitos riscos de tropeços, escorregões e quedas como são as trilhas que levam às cachoeiras.
Mas, o olhar do profissional de OM é treinado para antecipar os riscos e guardar o devido distanciamento entre proteger e deixar que seus alunos e alunas descubram suas próprias fortalezas.
Nessa atividade, nosso parceiro proporcionou aos participantes momentos de lazer, novas experiências e conhecimentos.

Enfim, dentro do conceito de acessibilidade, o profissional de OM pode ser considerado uma das referências que conduzem as pessoas aos diferentes ambientes com autonomia e segurança, trilhando, sempre, os caminhos da inclusão.
Fonte: OMDHA
Tive o privilégio de participar dessa atividade como terapeuta ocupacional e posso afirmar que foi uma experiência extremamente significativa para todos os envolvidos. Ver a autonomia, a coragem e a alegria das pessoas com deficiência visual em contato com a natureza foi emocionante. A atuação do profissional de Orientação e Mobilidade foi fundamental para que tudo ocorresse com segurança, respeito e, principalmente, com foco na potencialidade dos participantes. Iniciativas como essa são um verdadeiro exemplo de inclusão concreta e sensível. Que venham mais experiências como essa.
Olá, Graziela
Que alegria ler seu depoimento. Reforça que estamos no caminho certo.
Obrigada