Bengala longa – Adequação, eficiência e segurança
A bengala longa é fundamental para a autonomia de pessoas com deficiência visual, mas não basta pegá-la e sair andando por aí!
Por trás do tamanho, dos materiais, do peso, da cor e das diferentes ponteiras, há muita pesquisa e estudo.
Sua história nos leva aos hospitais do exército e aos centros de reabilitação montados nos Estados Unidos, após a segunda guerra mundial.
Richard Hoover e Russell Williams foram nomes importantes para a implantação das técnicas de Orientação e Mobilidade e colaboração nas características da bengala longa como a conhecemos hoje.
Ok, mas o que esta história tem a ver comigo? Bem, a primeira coisa a ser pensada é…
Qual bengala é boa para a minha necessidade e qual o tamanho certo? Afinal, o comprimento é um fator determinante do quão bem você estará protegido ao caminhar.
Atualmente, verificamos alguns questionamentos em relação à altura da bengala.
Pensemos, baseado nas pesquisas e estudos.
Analisar a marcha e a capacidade da pessoa cega ou com baixa visão de interpretar e reagir aos obstáculos à frente e no chão é fundamental para definir o tamanho adequado da bengala.

De maneira geral, o que podemos afirmar é que a bengala longa não deve ser menor do que a distância que vai do chão a borda inferior (processo xifóide) do esterno (osso localizado na parte posterior do tórax).
Utilizar uma bengala menor do que o recomendado interferirá na interpretação dos obstáculos; no tempo de reação; na harmonização biomecânica do movimento e, ainda, ocasionar desvios posturais e dores desnecessárias.
Em outros países é comum ver pessoas com cegueira utilizando bengalas longas mais altas (geralmente na altura do rosto) e até outros tipos de bengalas, como a telescópica, por exemplo.
É Importante lembrar que cada país tem as suas características sociais, culturais e de infraestrutura, assim como também, as pessoas e seus contextos de vida.
Então, vale reforçar que o fundamental, neste trabalho específico, é que a pessoa tenha tempo suficiente para interpretar e reagir aos obstáculos, evitando colisões e quedas.
Utilizar este recurso de maneira adequada garante maior eficiência, potencializa sua segurança e, porquê não dizer, elegância no caminhar.
Fonte: Foundations of orientation and mobility. Welsh, Blasch e Wiener, 1980; The long cane (part 1) – indoor foot travel (Youtube/Documentário, 1953); Blind on the move (Youtube/Mike Mulligan) e Quão perigosas são as bengalas brancas? BBC News, 2015.