As cores da bengala longa – A diferença entre identificar e customizar
Em agosto, foi sancionada a lei 14951/2024, que dispõe sobre a coloração das bengalas longas, com o objetivo de identificar as pessoas com cegueira, baixa visão e surdocegueira.
Tornar um movimento para a conscientização da sociedade brasileira em uma lei, pode soar como imposição para muitas pessoas com deficiência visual e profissionais da área, ou uma bobagem, afinal, tem coisas mais necessárias para se pensar e fazer.
Sem dúvida, num país com tanta desigualdade isto é uma verdade, mas não podemos nos deixar levar por um pensamento tão reducionista.
Para alguns, tanto faz a cor da bengala, porque o importante é sua função técnica na detecção de obstáculos e variação da topografia do terreno e é aí que mora o pensamento reducionista.
As técnicas são uma das partes do bom uso deste recurso, que traz embutido muitas questões emocionais e sociais.
A bengala carrega o “símbolo da cegueira” e, junto, todo um “julgamento estereotipado” das pessoas que dela necessitam.
Ser mal interpretada, em suas atividades e interações, como uma pessoa desatenciosa, orgulhosa, lenta, fingida e até impostora são alguns dos adjetivos que as pessoas, principalmente com baixa visão, enfrentam no seu dia a dia nas ruas, ônibus, comércios, etc.
Neste caso, uma lei nacional que legitima um movimento que visa diferenciar e identificar a pessoa com cegueira, com baixa visão ou com surdocegueira através do uso de bengalas brancas, verde e branca e vermelha, respectivamente, é muito bem-vinda, obrigado!

Poxa, mas eu gosto de rosa! Eu sou obrigada a usar a cor correspondente à condição da minha deficiência visual?
Não necessariamente, afinal, hoje em dia temos muitas opções de cores e outras customizações dessas órteses.
O movimento continuará até que toda a sociedade esteja esclarecida das diferenças e cabe a cada um de nós, que tem conhecimento, difundi-lo e colaborar neste processo.
Outra coisa importante é que, com a promulgação desta lei, o poder público tem a responsabilidade de colaborar na divulgação destas necessidades específicas e, ainda, fornecer a órtese no Sistema Único de Saúde (SUS).

Portanto, branca, verde, vermelha, rosa, amarela, azul ou multicores só será um mero gosto pessoal quando toda a sociedade ENTENDER e RESPEITAR as singularidades das pessoas com deficiência visual.
Fonte: Senado Notícias e OMDHA
Muito bom o esclarecimento. Que todos possam entender e aceitar
Olá, Lucimare
Agradecemos pela leitura e comentários. TMJ