Piso tátil não é um favor, é um direito! Vamos avançar.
No trabalho diário dos profissionais de Orientação e Mobilidade, nos deparamos com diferentes aspectos que envolvem a mobilidade urbana.
Na rua, junto com nossos alunos e alunas, enfrentamos obstáculos e buscamos soluções conjuntas para que a autonomia aconteça com segurança.
A acessibilidade nas calçadas e edificações é fundamental neste trabalho.
Apesar de ser um direito garantido por lei e sua aplicação orientada por normas técnicas, verificamos que algumas “soluções” se tornam confusas e pouco favorecem as pessoas que dela necessitam.

Analisemos um exemplo prático sobre pisos táteis. A foto ao lado mostra uma calçada “acessível” no Centro Histórico de Porto Alegre/RS.
O piso tátil direcional (1) foi instalado entre os pisos do tipo bloco de concreto (2) e, na continuação, entre pisos intertravados (3). O piso tátil de alerta (4) está entre pisos intertravados.
A NBR 16537 indica que os pisos adjacentes, ou seja, os pisos ao lado dos pisos táteis devem ter contraste de relevo e cor que facilitam a percepção tátil e visual, lembrando que grande parte das pessoas com deficiência visual têm baixa visão.
Ora, nem uma coisa nem outra estão contempladas nesta obra. Além do mais, o poste de ferro (5) se tornou um obstáculo perigoso.
A proximidade deste poste, que também está em baixo contraste, pode ocasionar uma contusão, ou seja, uma “batida” do corpo da pessoa cega ou com baixa visão contra o objeto.
Novamente, a norma técnica recomenda uma distância mínima de 1,00 m entre a borda do piso tátil e os objetos, paredes ou pilares.
Como profissionais que trabalham para a independência das pessoas com deficiência, qual é o nosso papel diante desta situação?
Nós, do OMDHA, acreditamos que a sinalização dos equívocos e o encaminhamento junto aos órgãos públicos responsáveis por solucionar, seja um bom caminho.
O fortalecimento desta ação pode e deve ser feito junto às organizações da sociedade civil DE e PARA pessoas com deficiência e aos Conselhos municipais deste mesmo segmento.
Outra ação possível é buscar a consultoria de um arquiteto ou engenheiro especialistas em acessibilidade. Estes profissionais, por sua vez, podem contar com a parceria de profissionais de Orientação e Mobilidade.
Acessibilidade é um direito, precisamos avançar!
Fonte: ABNT/NBR 16537 e Acessibilidade Aplicada (Youtube/Eduardo Ronchetti)